domingo, 15 de agosto de 2010

O desafio de ser vento.[*]

Aonde será que ele vai? Será que um dia ele para? Sem mesmo com uma proposta de seguir, o vento sem perceber, atravessa sem medo. Leva, traz. Faz voar, faz cair. Ele não sabe se vai encontrar, mas nunca para de imaginar o lugar onde irá chegar.
Não tem saída, não tem certeza. Qualquer caminho que seja ou mesmo que apareça, é mais uma estrada sem rumo. Não há como deduzir. Por mais que apontem seu rumo, por mais que tentem pará-lo, não há como desistir. Será sempre seu futuro. Viajar pelo mundo, sem saber o que fazer e nem mesmo o que conduzir. Num vagar quase calado, ele não para para pensar e nem pensa quando parar. Será sempre seu futuro. Caminhar sem ter aonde ir, pois estará em todo lugar. É como se vivesse sempre no presente. Um presente que se transforma em passado, mas com um futuro que se transforma e permanece presente. Ser vento. Alguém essencial para viver, mas que por incontrolável força, ajuda a falecer. Parar sempre será seu desafio.
Mas, quem sabe um dia, a qualquer hora do dia, encontre uma saída, consiga decidir aquilo que quer da vida. Terá outra liberdade, uma estranha liberdade de poder parar. O problema de ser vento é que, se a partir daí, ele parar pra descansar e voltar a pensar, que o mundo não quer outra coisa dele, a não ser que ele, simplismente, seja sempre ele. Que dá  ao mundo sempre a vida, mas que por ser apenas ele, será sempre um vento sem saída. Jones Barreto

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